Cigarro eletrônico faz mal para os dentes e para a saúde bucal?
O cigarro eletrônico (que também pode ser conhecido por vaper, pod, e-cigarette, e-ciggy, e-pipe, ecigar e heat not burn), é da classe dos dispositivos eletrônicos para fumar (DEF).
Surgiu como uma opção de fumo mais limpa, uma alternativa menos prejudicial à saúde se comparada aos cigarros de nicotina, charutos, cachimbos entre outros tipos de fumo. Inclusive alguns usuários de DEFs nem se consideram fumantes, mas sim vaporizadores ou vapers. Mas será que estes dispositivos são inofensivos? Eles fazem mal aos dentes, implantes dentários e saúde bucal?
Vilão ou mocinho: o cigarro eletrônico afeta os dentes e a saúde bucal?
O cigarro eletrônico não é uma invenção recente. O primeiro modelo foi criado ainda nos anos 60. Desde essa época, já surgiram diferentes modelos de dispositivos eletrônicos para fumar. Atualmente é crescente o número de adeptos a modalidade de fumo por vapor, especialmente entre pessoas muito jovens.
Quando se trata do cigarro convencional, é comprovado que os agentes nocivos do tabaco favorecem o surgimento de cerca de 55 doenças relacionadas ao tabagismo ativo. Os principais são: câncer, doenças cardiovasculares, doenças pulmonares e doenças coronarianas. Mas a pessoa que fuma cigarro eletrônico corre o mesmo risco?
Como os DEFs funcionam e o que seu organismo pode estar consumindo?
O cigarro eletrônico também contém nicotina proveniente da folha do tabaco, porém é consumida na forma de aerossol. Certos modelos prometem serem livres de nicotina, mas testes já realizados avaliaram que alguns dispositivos tinha uma quantidade reduzida da substancia.
Nesta modalidade fumo, a nicotina passa por um processo de remoção de parte das impurezas e de outras substâncias químicas do tabaco. Na teoria, é uma forma mais limpa de nicotina. Mas na prática, a maioria dos aparelhos encontrados atualmente não possui um padrão de controle e essa limpeza pode não estar ocorrendo de forma eficiente.
Desde 2009, todos os tipos de dispositivos eletrônicos para fumar são proibidos pela Anvisa (RDC nº 46, de 28 de agosto de 2009). Isso inclui comercialização, importação e propaganda destes.
Os estudos sobre os malefícios em longo prazo dos modelos de cigarros eletrônicos ainda não são muito bem estabelecidos. Trata-se de uma modalidade relativamente recente de tabagismo e os efeitos serão melhor conhecidos no futuro.
Em 2016, o INCA (Instituto Nacional do Câncer) e o Ministério da Saúde publicaram uma cartilha com informações do que já se sabe sobre os efeitos do cigarro eletrônico para a saúde sistêmica e oral.
O alto calor gerado pelo equipamento transforma componentes químicos em substancias tóxicas
Ao serem aquecidos, os DEFs liberam o vapor líquido contendo nicotina que mesmo tendo comercialização proibida, pode ser encontrada em uma grande variedade de sabores. Isso inclusive tem atraído pessoas jovens, que têm a falsa impressão de estarem consumindo produtos inofensivos.
Os vapores do cigarro eletrônico são gerados a partir de soluções chamadas e-liquids ou e-juices que contêm solventes, variadas concentrações de nicotina, água, aromatizantes e outros aditivos. Os solventes mais utilizados são a glicerina de origem vegetal e o propilenoglicol.
Estudos mostraram que a temperatura de vaporização da resistência do aparelho pode atingir até 350º. Essa temperatura é suficiente para induzir reações químicas e mudanças físicas nos compostos, formando outras substâncias tóxicas. A glicerina e o propilenoglicol, por exemplo, quando submetidos a altas temperaturas, geram compostos como o formaldeído, acetaldeído, acroleína e acetona.
Os cigarros eletrônicos concentram menor quantidade em relação aos cigarros regulares (cerca de 450 vezes menos tóxicos). Mas essas substâncias são classificadas como citotóxicas, carcinogênicas, irritantes, causadoras de enfisema pulmonar e dermatites. Além disso, os fumantes de DEFs podem compensar a pouca liberação de nicotina com tragadas mais longas e mais profundas, aumentando o tempo de exposição.
Os efeitos do cigarro eletrônico para os dentes e boca
Na cavidade oral, é sabido que tanto a nicotina, como as substancias tóxicas geradas pelo calor, podem causar desde irritação na mucosa da boca e na garganta. Além de problemas de circulação sanguínea, oxigenação e defesa contra agentes bacterianos, ou seja problemas dentais diversos.
Essa sistema afetado é principalmente prejudicial nos casos de doenças infecciosas, como por exemplo gengivite, cáries e periodontite, e na recuperação de pós operatórios odontológicos.
Segundo dados do INCA, é comprovado que pessoas que fumam cigarro ou outros produtos derivados do tabaco tem risco muito maior de desenvolver câncer de boca e de faringe do que os não fumantes.
Um estudo recente avaliou a citotoxicidade e genotoxicidade da exposição ao vapor de duas marcas populares de cigarro eletrônico, em curto e longo prazos (respectivamente 48 horas e oito semanas).
Foi identificado que células epiteliais normais de várias partes do corpo, incluindo a boca, que foram expostas ao extrato do vapor, apresentaram vários tipos de danos.
Entre eles o aumento da ruptura das cadeias de DNA que compromete o processo de reparação celular sendo, o que é um fator de risco para o desenvolvimento de câncer.
Outros problemas bucais relacionados ao hábito de fumar são: manchas nos dentes, retração gengival, boca seca pela redução na produção de saliva e bruxismo.
O cigarro eletrônico é prejudica os implantes dentários e enxertos ósseos?
Muitos pacientes ficam relutantes quando o dentista afirma que o hábito de fumar vai prejudicar a cicatrização dos implantes dentarios e até mesmo a longevidade dos efeitos do tratamento com implante e prótese fixa. Isso vale para cigarros, charutos, cannabis, cigarro eletrônicos, entre outros, que interferem negativamente no período de cicatrização dos implantes.
O cigarro reduz a velocidade da osseointegração, que é o processo necessário para fixar os implantes ao osso. Da mesma maneira ocorre nos procedimentos de enxerto ósseo dentário. Aumenta o risco de perda, ainda mais quando o tabagismo vem acompanhado de higiene oral insuficiente e predisposição genética, comprometendo inclusive a gengiva.
A razão já foi citada anteriormente: a circulação sanguínea e oxigenação diminuída pelas substancias presentes no tabaco e as substancias tóxicas geradas pelo alto calor. Elas minimizam a capacidade de recuperação e regeneração dos tecidos, o que não é só importante no período logo em seguida a cirurgia, mas também ao longo do tempo para preservação dos efeitos alcançados com o tratamento.
Vou colocar / já coloquei implantes: o que fazer se eu tenho o hábito de fumar?
Se você gostaria de colocar implantes, necessita de enxerto ósseo dentário, ou já fez esses procedimentos e gostaria de saber como mantê-los preservados, comece sendo sincero, com o cirurgião dentista, mas principalmente com você.
Nas situações em que os implantes dentários são realizados em fumantes, é recomendado deixar de fumar nos 15 dias que antecedem a cirurgia e 2 meses após o procedimento para colocar implantes/enxertos. Leia mais sobre pós operatório de implantes dentários.
Mas a recomendação que impera é aproveitar essa ocasião e se esforçar para abandonar o hábito de vez. Boca saudável e o hábito de fumar, definitivamente caminham em sentidos contrários. Agende uma consulta com a nossa equipe e conheça os mais modernos tratamentos odontológicos realizados pela clínica odontológica ImplArt.
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